• Resumo

    DISTRIBUIÇÃO E BIOMASSA DE MACROALGAS EM UM MANGUEZAL DA BAÍA DA BABITONGA, SC: RESULTADOS PRELIMINARES

    Data de publicação: 27/10/2010
    Este trabalho tem como objetivo determinar a distribuição e quantificar a biomassa de macroalgas presentes nas raízes e troncos das árvores de manguezal da Baía de Babitonga. Para tal, as macroalgas foram coletadas mensalmente (setembro/1997 a junho/1998) em 3 níveis topográficos dentro do manguezal (Linhas A, B e C). Em cada linha a coleta foi estratificada de acordo com a altura das algas no tronco (0 a 10 cm de altura, 10 a 20 cm , etc). As espécies de Rhodophyta observadas, em ordem decrescente de biomassa, foram: Bostrychia calliptera, Bostrychia pinnata, Bostrychia radicans f. radicans, Bostrychia montagnei, Catenella caespitosa, Caloglossa leprieurii, Bostrychia tenella, Caloglossa ogazawaraensis, Bostrychia radicans f. moniliforme, Bostrychia moritziana, Polysiphonia howei, Bostrychia binderi, Gelidium spp., Polysiphonia tepida. As Chlorophyta são Bloodleopsis pusilla, Cladophoropsis membranacea, Rhizoclonium spp., Ulvaria oxysperma, Enteromorpha spp. Há uma forte variação horizontal e vertical na biomassa e na contribuição de cada espécie para a biomassa total. Na franja do manguezal (linha A) as algas ocupam uma altura de 60 cm, e a biomassa média por tronco varia entre 30 e 45 g m-2 de tronco. A maior biomassa ocorre entre 10 e 30 cm, chegando a 75 g m-2 de tronco. Na porção intermediária (linha B) as algas ocupam uma altura de 30 cm e a biomassa média varia entre 20 e 30 g m-2 de tronco. A biomassa é maior nos primeiros 10 cm (50 g m-2 de tronco), mas pode atingir altos valores também entre 10 e 20 cm. Na porção interna do manguezal (linha C) as algas ocupam uma altura de 20 cm, e a biomassa média varia entre 10 e 20 g m-2 de tronco. Assim como na linha B, a biomassa é maior nos primeiros 10 cm (35 g m-2 de tronco), mas pode atingir altos valores também entre 10 e 20 cm. As algas verdes Bloodleopsis pusilla, Cladophoropsis membranacea, Rhizoclonium, e as algas vermelhas Bostrychia montagnei, Caloglossa leprieurii e Caloglossa ogazawaraensis estão presentes principalmente nos primeiros 10 cm de altura, raramente ocorrendo acima de 20 cm. Bostrychia radicans f. radicans é a alga mais amplamente distribuída, com maior freqüência de ocorrência e a mais abundante na região superior do tronco nas três linhas. As algas que apresentam a maior biomassa, especialmente na linha A, são Bostrychia calliptera e Bostrychia pinnata, que também apresentam distribuição vertical e horizontal ampla, mas são mais abundantes entre 10 e 30 cm de altura. Os resultados obtidos até o momento indicam que as macroalgas podem ser vistas como um componente produtor representativo dentro do manguezal. Entretanto, para uma avaliação da biomassa de macroalgas no manguezal como um todo, é necessário quantificar a biomassa de algas em pneumatóforos. Para avaliar a contribuição destas algas para a produção primária do manguezal, os dados de biomassa devem ser complementados com experimentos de crescimento e produtividade, com relação aos fatores ambientais.

Brazilian Journal of Aquatic Science and Technology

Ciências Ambientais, Ambientes Aquáticos e Costeiros. 

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