• Resumo

    UMA PERSPECTIVA CÉTICA QUANTO AO VALOR ABSOLUTO DOS DIREITOS HUMANOS

    Data de publicação: 30/04/2018
    O presente trabalho aponta para uma das teses mais confusas acerca da fundamentação dos direitos humanos, que consiste na afirmação de que esses direitos são direitos morais a priori e universais, isto é, são direitos absolutos. Mas o que significa dizer que os direitos humanos são absolutos? Segundo os programas tradicionais de fundamentação, os direitos humanos seriam direitos inatos à natureza humana e válidos para toda humanidade, independente de sua existência como direito positivo dentro de um ordenamento jurídico. A afirmação da universalidade dos direitos humanos tem suas raízes tanto no discurso moderno do direito natural quanto no discurso kantiano do valor absoluto. Em ambos os projetos, verifica-se uma metodologia que deduz direitos a partir de uma base metafísica segundo a qual os direitos humanos “devem ser” universais e válidos para todos os seres racionais. Como alternativa a esse tipo de leitura metafísica, o presente artigo propõe uma abordagem cética dos direitos, segundo a qual não há justificativa racional para dizer quais devem ser os direitos humanos. A partir de uma metodologia descritivista, pretende-se destacar que, em uma investigação filosófica sobre os direitos humanos, não se pode mais do que descrever o modo como as pessoas e os movimentos de cunho social, moral e político nomeiam aqueles direitos que consideram humanos.
  • Referências

    ANSCOMBE, G. E. M. Modern Moral Philosophy. Philosophy, v. 33, n. 124, p. 1–19, jan. 1958. Disponível em: < http://www.jstor.org/stable/3749051>. Acesso em: 21 maio 2012.

    BAIER, Annette. Moral prejudices: essays on ethics. Cambride, Massachusettes: Harvard University Press, 1994. 369p.

    BEITZ, Charles. What human rights mean. daedalus, On International Justice, v. 132, n. 1, p. 36–46, winter 2003. Disponível em: <http://www.jstor.org/stable/20027821>. Acesso em: 12 jun. 2012.

    BLUMENSON, Eric. Mapping the limits of skepticism in law and morals. texas law review, v. 74, n. 3, p. 523–576, fev. 1996. Disponível em: <http://heinonline.org/HOL/Print?handle=hein. journals/tlr74&div=32&collection=journals&set_as_cursor=6&men_tab=srchresults>. Acesso em: 19 maio 2012.

    BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução de Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

    BROWN, Stuart M. Inalienable Rights. the Philosophical Review, v. 64, n. 2, p. 192–211, abr. 1955. Disponível em: <http://www.jstor.org/stable/2182587>. Acesso em: 18 maio 2012.

    CAMPBELL, Tom; EWING, Keith; TOMKINS, Adam. Sceptical essays on Human Rights. New York: Oxford University Press, 2001. 423p.

    CRANSTON, Maurice. What are human rights? London: Bodley Head, 1973. 170 p. DONNELLY, Jack. Universal human rights in theory and in practice. 3. ed. Ithaca: Cornell

    University Press, 2013. 320p.

    FEINBERG, Joel. Duties, rights, and claims. American Philosophical Quarterly, v. 3, n. 2, p. 137-144, abr. 1966. Disponível em: <http://www.jstor.org/stable/20009200>. Acesso em: 16 mar. 2012.

    The nature and value of rights. Journal of Value Inquiry, v. 4, p. 243–257, winter 1970. Disponível em: <http://www.law.georgetown.edu/faculty/lpw/documents/ FeinbergNatureandValueofRightsexcerpt.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2012.

    Filosofia social. Tradução de Alzira Soares da Rocha e Helena Maria Camacho. Rio de Janeiro: Zahar, 1974. 178p. In Defense of Moral Rights. Oxford Journal of Legal Studies, Oxford, v. 12, n. 2, p. 149-169, 1992. Disponível em: < http://ojls.oxfordjournals.org/content/12/2/149.citation >. Acesso em: 17 mar. 2012.

    FINNIS, John. 1980. Lei natural e direitos naturais. São Leopoldo: Unisinos, 2007. 403p. FRANKENA, William K. Natural and inalienable rights. The Philosophical Review, v. 64, n. 2, p.

    –232, abr. 1955. Disponível em: <http://www.jstor.org/stable/2182588>. Acesso em: 30 mar. 2012.

    GEWIRTH, Alan. Are there any absolute rights? The Philosophical Quarterly, Blackwell Publishing, Oxford/Malden, v. 31, n. 122, p. 1–16, jan. 1981. Disponível em: <http://www.jstor.org/stable/2218674>. Acesso em: 29 mar. 2012.

    HART, Herbert Lionel Alphonsus. 1955. Are There Any Natural Rights? The Philosophical Review, Duke University Press, v. 64, n. 2, p. 175–191, abr. 1955. Disponível em: <http://www.jstor.org/ stable/2182586>. Acesso em: 12 fev. 2012.

    O conceito de direito. São Paulo: Martins Fontes, 2009. 399p. JONES, Peter. Rights: issues in political theory. Hampshire: Palgrave/Macmillan Press, 1994. 258p.

    KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. Tradução de Paulo Quintela. São Paulo: Abril Cultural, 1974. p. 195 – 256 (Os Pensadores)

    LEITER, Brian. Legal realism and legal positivism reconsidered. Ethics, v. 111, n. 2, p. 278–301, jan. 2001a. Disponível em: <http://www.jstor.org/stable/10.1086/233474>. Acesso em: 20 dez. 2011.

    Legal realism, hard positivism, and the limits of conceptual analysis. In: COLEMAN, J.L. (Ed.). The Postscript: essays on Hart’s postscript to the concept of law. Oxford: Clarendon Press, 2001b.

    MACDONALD, Margaret. Natural Rights. Proceedings of the Aristotelian Society, New Series, v. 47, p. 225–250, 1946–1947. Disponível em: <http://www.jstor.org/stable/4544427>. Acesso em: 6 jun. 2012.

    MACKIE, John Leslie. Ethics: inventing right and wrong. Harmondsworth: Penguin, 1990. 249p.

    NIELSEN, Kai. Naturalism without foundations. New York: Prometheus Books, 1996. 607p.

    Scepticism and human rights. Monist, v. 52, n. 4, p. 573–594, out. 1968.

    NINO, Carlos Santiago. Ética y derechos humanos: un ensayo de fundamentación. Barcelona: Ariel, 1989. 494p.

    RABOSSI, Eduardo. La teoría de los derechos humanos naturalizada. Tradução de Matilde Vivancos Machimbarrena. Revista del Centro de Estudios Constitucionales, Madrid, n. 5, p.159–175, jan.- mar. 1990. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/68557384/Rabossi-La-Teoria-de-Los-Derechos- Humanos-Naturalizada>. Acesso em: 23 fev. 2012.

    RITCHIE, David George. Natural rights: a criticism of some political and ethical conceptions. Bristol: Thoemmes Press, 1998. 304p.

    STRAUSS, Leo. Natural rights and history: a cogent examination of one of the most significant issues in modern political and social philosophy. Chicago / London: The University of Chicago Press, 1965. 326p.

    STRAWSON, Peter Frederick. Ceticismo e naturalismo: algumas variedades. São Leopoldo: Unisinos, 2008. 114 p.

    TUGENDHAT, Ernst. Lições sobre ética. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 2003. VLASTOS, Gregory. Justice and equality. In: BRANDT, Richard B. Social Justice. Englewood Cliffs,

    NJ: Prentice-Hall, 1962. p. 31–72.

Novos Estudos Jurí­dicos

A revista Novos Estudo Jurídicos (NEJ), Qualis A1 Direito, é um periódico científico quadrimestral, com publicações ininterruptas desde 1995, nos meses de Abril, Agosto e Dezembro. Sua missão é promover o aprimoramento dos estudos na área do Direito, especialmente nas seguintes linhas: “Constitucionalismo e Produção do Direito”, “Direito, Jurisdição e Inteligência Artificial” e “Direito Ambiental, Transnacionalidade e Sustentabilidade”.

A NEJ é um dos periódicos científicos da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) e está vinculado ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciência Jurídica da UNIVALI (conceito CAPES 6), cursos de Mestrado e Doutorado.

O periódico oferece acesso livre e imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento. 

A visão da revista Novos Estudo Jurídicos (NEJ) consiste na publicação de artigos e relatos de pesquisas inéditos de autoria de docentes, discentes e pesquisadores, estimulando os debates críticos e éticos sobre assuntos relacionados aos temas que compõem sua Linha Editorial.

Access journal