O presente artigo é fruto de um constante questionamento acerca
da concretização do acesso à justiça por meio do consenso. Para além das teorias de premissa maior e premissa menor e da separação entre fato de direito, este trabalho propõe uma reflexão sobre acesso à justiça e à cidadania, sobre jurisdição e sociedade, sobre rituais adversariais e consensuais. Para tanto, busca ilustrar o cenário da litigiosidade e, a partir dela, justificar a importância de rituais que, com base no consenso, valorizam a comunicação entre os conflitantes, transformando as relações sociais. Além disso, o estudo avança para a análise do consenso proposto pelo novo Código de Processo Civil e Lei de Mediação, destacando a participação e o protagonismo do cidadão neste processo de superação dos meios adversariais como fator de distinção para o exercício efetivo do acesso à justiça, defendendo sobretudo a riqueza do diálogo como ferramenta de emancipação e cidadania.
ALMEIDA, Rafael Alves de; ALMEIDA, Tania; CRESPO, Maria Hernandez (Org.). O Tribunal Multiportas – Investindo no capital social para maximizar o sistema de solução de conflitos no Brasil. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2012. Disponível em: http://bibliotecadigital.fgv.br/ dspace/bitstream/handle/ 10438/10361/Tribunal%20Multiportas.pdf?sequence=1. Acesso em: 20 mar. 2017.
BOLZAN DE MORAIS, JoseÌ Luis. O Estado e seus limites. Reflexões iniciais sobre a profanação do Estado Social e a dessacralização da modernidade. Boletim da Faculdade de Direito n. 83, 2007. p.576-577
BOURDIEU, Pierre. O poder simboÌlico. Tradução de Fernando Tomaz. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.
BRASIL.ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. Resolução 02/2015. Aprova o Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB. Disponível em: http://www.oab. org.br/arquivos/resolucao-n-022015-ced-2030601765.pdf. Acesso em: 21 mar. 2017.
BRASIL, Conselho Nacional de Justiça. RelatoÌrio Justiça em NuÌmeros 2016. Volume 1. DisponiÌvel em: http://www.cnj.jus.br/files/conteudo/arquivo/2016/ 10/b8f46be3dbbff34493 1a933579915488.pdf. Acesso em: fev. 2017.
BRODSKY, Marcelo. PsicanaÌlise e Mediação. In WARAT, Luis Alberto (ORG.). Em nome do acordo. A mediação no direito. 2. ed. Buenos Aires: Almed, 1999.
CALMON, PetroÌ‚nio. Fundamentos da mediação e da conciliação. 3. ed. BrasiÌlia: Gazeta JuriÌdica, 2015.
CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à Justiça. Tradução de Ellen Gracie. Porto Alegre: Fabris, 1988.
CHASE, Oscar G. Direito Cultura e Ritual: Sistemas de Resolução de conflitos no contexto da cultura comparada. 1. ed. Tradução de SeÌrgio Arenhart, Gustavo Osna. São Paulo: 2014.
CHIOVEDA, Giuseppe. Instituições de direito processual civil. Tradução Paolo Capitaneo. Campinas: Bookseller, 1998, Vol.2.
FREITAS, Carmen LuÌcia Kaltbach de. Festa ou Solenidade? Conciliação e Mediação como caminhos de acesso aÌ€ justiça. Curitiba: Prismas 2016.
GADAMER, Hans Georg. O problema da conscieÌ‚ncia histoÌrica. Tradução de Paulo CeÌsar Duque Estrada. Rio de Janeiro: Fundação GetuÌlio Vargas, 2003.
GARAPON, Antoine. O guardador de promessas: justiça e democracia. Tradução de Francisco Aragão. Lisboa: Instituto Piaget, 1996.
FOUCAULT, Michel. MicrofiÌsica do poder. 26. ed. Tradução de Roberto Machado. Rio de Janeiro: Graal, 1979.
LACAN, Jacques. Os complexos familiares na formação do indiviÌduo. Tradução de Marco AntoÌ‚nio Coutinho Jorge e Potiguara Mendes da Silveira JuÌnior. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.
LIPOVETSKI, Gilles. A era do vazio: ensaios sobre o individualismo contemporâneo. Tradução de Therezinha Monteiro Deutsch São Paulo: Manole, 2005.
MARINONI, Luiz Guilherme. Teoria Geral do Processo. 7. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2013.
MAUS, Ingeborg. O Judiciário como superego da sociedade: o papel da atividade jurisprudencial na “sociedade órfã”. Novos Estudos CEBRAP, São Paulo, n. 58, p. 183-202, nov. 2000. Disponível em: http://www.direitocontemporaneo.com/wp-content/uploads/2014/02/JUDICI% C3%81RIO-COMO-SUPEREGO-DA-SOCIEDADE.pdf. Acesso em: 01 jun. 2017.
MEDINA, JoseÌ Miguel Garcia. Direito Processual Civil Moderno. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016.
NERY JR., Nelson. ComentaÌrios ao CoÌdigo de Processo Civil. São Paulo: RT, 2016.
SILVA, Ovídio Baptista da. Processo e Ideologia – o paradigma racionalista, 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Para uma revolução democraÌtica da justiça. São Paulo: Cortez, 2011.
SANTOS, Karinne Emanoela Goettems dos. Processo Civil e Litigiosidade – Para além da jurisdição dos conceitos sem coisas. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2016.
THEODORO JR., Humberto. Curso de Direito Processual Civil. Vol 1. Rio de Janeiro: Forense, 2016. TIBURI, MaÌrcia. Como conversar com um fascista. São Paulo: Record, 2016.
WARAT, Luis Alberto (Org.). Em nome do acordo. A mediação no direito. 2. ed. Buenos Aires: Almed, 1999.
A revista Novos Estudo Jurídicos (NEJ), Qualis A1 Direito, é um periódico científico quadrimestral, com publicações ininterruptas desde 1995, nos meses de Abril, Agosto e Dezembro. Sua missão é promover o aprimoramento dos estudos na área do Direito, especialmente nas seguintes linhas: “Constitucionalismo e Produção do Direito”, “Direito, Jurisdição e Inteligência Artificial” e “Direito Ambiental, Transnacionalidade e Sustentabilidade”.
A NEJ é um dos periódicos científicos da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) e está vinculado ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciência Jurídica da UNIVALI (conceito CAPES 6), cursos de Mestrado e Doutorado.
O periódico oferece acesso livre e imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento.
A visão da revista Novos Estudo Jurídicos (NEJ) consiste na publicação de artigos e relatos de pesquisas inéditos de autoria de docentes, discentes e pesquisadores, estimulando os debates críticos e éticos sobre assuntos relacionados aos temas que compõem sua Linha Editorial.